quarta-feira, 30 de abril de 2008

Fadas e Duendes

Vemos fadas quase todos os dias. As borboletas são fadas que se disfarçam para chegar mais perto de nós, sabiam? Mesmo porque, tudo que é belo na natureza é associado àsfadas. Quando vemos uma criança bonita, dizemos que uma fada a beijou ao nascer. Quando vemos um jardim bonito, dizemos que foi obra das fadas...
Em alguns escritos,vamos encontar a origem das fadas na Escandinávia, embora seu nome se suponha de origem persa, com modificação da palavra Peripara Fairy, no inglês. Podemos defini-las como um ser imaginário de espírito benevolente, cuja tarefa é a proteção dos seres humanos contra as maldições dos espíritos maus. Supunha-se que as fadas fossem pequeninos seres aéreos, bonitos,vivazes e benéficos nas suas transações com os mortais e que deveriam habitar numa região chamada Terra das Fadas ou Alf-Heinner. Apareciam comumente na Terra a intervalos, deixando traços das suas visitas, sob a forma de lindas frutas que deixavam no gramado orvalhado, onde haviam pisado durante suas danças à luz daLua.
Se alguém teve a felicidade de ver o filme "Sonho de uma noite de verão", baseado no romance de Shakespeare, pode ter uma idéia do que é a reunião de centenas de fadas dançando ao luar. Seu rei, Oberon, uma das pouquíssimas figuras masculinas no mundo das fadas, é na verdade uma das mais belas figuras, que se pudesse, os olhos humanos poderiam desfrutar.
Junto à elas,como também representantes dos elementais do ar, vamos encontrar os Silfos, responsáveis por modelar as nuvens do céu e brincar com elas.

Os Duendes são os responsáveis pelos cristais da natureza. Para ter estas maravihosas criaturinhas perto de nós, basta apenas amar e preservar tudo aquilo que for natural. Os duendes, em particular, trabalham num elemento tãopróximo da faixa vibratória da Terra, que possuem um poder imenso sobre suas rochas. Supõe- se que sejam os guardiões de tesouros ocultos. Vivem em cavernas, naquela região longínqua que os escandinavos chamam de Terra dos Nibelungos. Eles trabalham como corte dos cristais de rocha, gemas preciosas e o desenvolvimento dos veios minerais. Eles são engenhosos e muito amigos dos homens.
Ao contráriodos Gnomos, que são a imagem do homenzinho gordinho, muito guloso, que vivem nas clareiras, com sua família, os Duendes são ativos, ágeis e muito espirituosos. Enfim, devemos sempre cultivar esta alegria nestes pequenos seres, pois a natureza, através deles,sempre nos será grata e gentil.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Como nasce uma fada

É realmente bem difícil descrever a aparência de uma fada, pois elas vivem em um mundo paralelo ao nosso e segundo algumas pessoas que já as viram, dizem que para poder notar sua presença, temos que silenciar a mente, pois elas aproximam-se como uma suave melodia, ou mesmo um pequeno murmúrio.

Outra forma de percebê-las é quando de repente nos sentimos envolvidos com um doce perfume com uma fragrância indescritível.

Mas estas qualidades comuns ao mundo angelical podem confundir-nos e não saberemos discernir se estamos na presença de um anjo ou de uma fada. Só quando visualizamos a sua forma é que podemos diferenciá-los, dados que os primeiros adotam formas mais leves, mas apresentam-se com vestimentas mais corpóreas.

Para explicar sua remota origem, existem uma série de lendas, onde quase todas possuem uma fonte comum: a "caída" de anjos.

Na Irlanda, existiu a crença de que as fadas seriam anjos caídos, que foram expulsos do céu pelo Senhor Deus, em virtude de seu orgulho pecaminoso. Alguns caíram no mar, outros em terra firme e os que sobraram no mais profundo do inferno. Esses últimos, receberam do diabo o conhecimento, poder e os envia para a terra, onde trabalham para o mal. Entretanto, as fadas da terra e do mar seriam em sua maioria seres belos e bondosos, que não causam nenhum dano, se as deixarem em paz e lhe permitirem dançar em seus anéis feéricos a luz da lua com sua doce música, sem ser molestadas com a presença dos mortais.

Orkut Fadas Glitter - 8

Todo o norte da Europa possui um rico conhecimento sobre as fadas, assim como as Ilhas Britânicas e de igual maneira, não são ignoradas na Alemanha, já que ali são conhecidas pelo nome de Norns, fiandeiras ao estilo das Parcas gregas.

Na França encontramos a Dame Abonde, uma fada, cujo o próprio nome já invoca a abundância. Na Itália é venerada como Abundita, uma Deusa da Agricultura. Em terra romana ainda, é muito conhecida a figura mítica da fada Befana, cuja função é estabelecer uma ligação das famílias atuais com seus antepassados, com uma troca de presentes. Ocupa, portanto a função de uma educadora-pedagoga que recompensa ou pune as crianças na época natalina.

Befana é a Grande Avó que preside várias fases de desenvolvimento das crianças.

A "meia natalina" que todos nós, mesmo aqui no Hemisfério Sul, penduramos nas portas ou lareiras, não é só um lugar para depósito de presentes, mas tem o poder de invocar Befana, que tal como Frau Holda e Berchta visita as casas no período do Natal, recompensando todo aquele menino ou menina que foi bem comportado durante todo aquele ano.

Conforme a tradição mítica, Befana chega voando em uma vassoura, intensificando sua associação com as plantas e os animais, que antigamente eram considerados sagrados e muito utilizados como tótens.

Befana voa do Reino das Fadas, para trazer presentes e alegria ao mundo dos homens.

O certo é que todas as culturas e todos os povos primitivos adoravam os velhos espíritos da natureza, suscitados pelo animismo (crença religiosa que considera todo o ver vivo e todo o objeto possui um espírito ou força interior), que mais tarde deram nascimento, entre os babilônios e gregos, à deidades terrestres e aquáticas, com toda uma sofisticada genealogia de Deuses. Muitas foram as teorias que se formaram sobre a possível etimologia das fadas, fazendo-as descender de antigas divindades celtas (Deusa Danann) ou de Dianas romanas.

Na realidade, no entanto, tanto sua origem como suas possíveis etimologias, se perdem na noite dos tempos ao se tratar de seres que iam se adaptando às circunstâncias das épocas, pois nem sempre se chamaram fadas, nem ninfas, nem lamias, nem elfos..., porém eles permanecem no meio de nós, com diversas aparências e revestidos de numerosos nomes.

Já dizia o inglês William Shakespeare, que há mais coisas nesta terra do que alcança a nossa precária percepção. Carl Jung complementa, ao afirmar que existe e sempre existiu, um realismo mágico contraposto a todo o mundo real.

É justamente através da dualidade destes opostos, é que se estabelece uma função reguladora. Se o ser humano não oscilar entre estas oposições, o espírito morrerá.

Entre o real e o mágico existe uma espécie de fluidez intemporal que se rege pelo inconsciente coletivo. O realismo mágico descrito por Jung, é regido por uma fonte que nos é mundo familiar e transcende a um mundo de contrastes entre os opostos. Isto é, toda a magia se nutre dos conteúdos do consciente coletivo, da nossa "memória ancestral". É através desta memória que ocorre a inversão do tempo.

A tradição celta possuía uma percepção admirável da maneira como o tempo eterno está entrelaçado com o nosso tempo humano. Existe uma história de Oisín, que era um dos Fianna, um grupo de guerreiros celtas, que sentiu uma grande vontade de aventurar-se a chamada Tír na n-óg, a Terra da Eterna Juventude, onde vivia o povo encantado.

Chegando ao seu destino, durante muito tempo viveu feliz com sua mulher Niamh Cinn Oir, conhecida como Niamh dos cabelos dourados. O tempo pareceu voar, por ser um tempo de grande felicidade. Mas um dia, a saudade de sua vida antiga passou a atormentá-lo. Tinha agora, curiosidade de saber como estavam os Fianna e o que estaria ocorrendo na Irlanda.

O povo encantado o desaconselhou, porque sabiam, que sendo ele um antigo habitante do tempo mortal linear, ele correria o risco de se perder ali para sempre. Apesar disso, ele resolveu voltar.

Deram-lhe um belo cavalo branco e disseram-lhe para que nunca o desmontasse. Se o fizesse, estaria perdido. Ele montou e seguiu até a Irlanda, mas chegando lá soube que os Fianna já tinham desaparecido. Ele consolou-se visitando as antigas áreas de caça e os locais onde junto com seus companheiros, haviam banqueteado, cantado, narrado velhas histórias e realizado grandes festas de bravura. Neste ínterim, o cristianismo já tinha chegado a Irlanda.

Enquanto passeava, rememorando seu passado, avistou um grupo de homens que não conseguiam erguer uma grande pedra para construir uma igreja. Sendo um guerreiro, ele possuía uma força extraordinária e, então, desejou ajudá-los, mas não se atrevia a desmontar do cavalo. Ele observou-os de longe e depois se aproximou. Não conseguia mais resistir. Tirou o pé do estribo e enfiou-o por debaixo da pedra, a fim de erguê-la, mas assim que o fez, a cilha rompeu-se, a sela virou, e Oisín chocou-se com o solo. No exato momento em que tocou a terra da Irlanda, tornou-se um velho débil e enrugado.

Esta é uma excelente história para mostrar a coexistência dos dois níveis do tempo. Se se ultrapassasse o limiar que as fadas observaram entre estes dois níveis de tempo, terminava-se enredado no tempo mortal linear. O destino do homem neste tempo é a morte. Já no tempo eterno é a presença ininterrupta.

Todos os contos de fadas celtas sugerem uma região da alma que é habitada pelo eterno. Existe uma região eterna em nosso íntimo, onde não estamos sujeitos às devastações do tempo atual.

Tudo o que vivemos, experimentamos ou herdamos, fica armazenado no templo de nossa memória. Sempre que nos aprouver, podemos regressar e passear pelas salas desse templo para despertar e reintegrar tudo que já nos aconteceu. Será esta reflexão que irá conferir profundidade a todas as nossas experiências.

Hoje, início do terceiro milênio, com um mundo globalizado, com nações mais preocupadas em garantir seu poderio político-econômico,

muito pouca atenção se dá a este tipo de memória.

Quero deixar bem claro, que a verdadeira experiência fantástica difere dessa visão genérica do imaginário das fadas composta por uma literatura sentimentalista com eternos finais felizes. Esse mundo do "Era uma vez..." que todos conhecemos, não é verdadeiro mundo das fadas. As fadas reais representam o "Poder", um poder incompreensível para os humanos, pois elas são criaturas com valores e ética muito distantes do gênero humano: não pensam e, o que lhe é mais singular, não sentem como os humanos. Essa é a essência que as separa dos mortais e a origem da grande parte da inquietude que causam,

porqueas fadas são em si criaturas da matéria prima da vida.

O reino das fadas é um mundo de misterioso encanto, de cativadora beleza, de malícia, de humor, júbilo e inspiração, de terror, de riso, amor e tragédia. Todavia, é um mundo para ser penetrado com extrema cautela!

Elfos, faunos, gnomos, génios, duendes e diabretes

Elfos, faunos, gnomos, génios, duendes e diabretes, nunca diga estas palavras em voz alta e também não as tenha demasiado tempo na sua mente. Com efeito, pronunciá-las muitas vezes é sinónimo de evocar o que representa. E, nunca se devem pressupor as intenções, acções ou reacções destas criaturas imaginárias. Tanto são capazes do pior como do melhor, pois sendo o seu comportamento incoerente, os seus pensamentos e atitudes, as suas obras e as suas façanhas são imprevisíveis.

Segundo as lendas, a sua origem é angelical, divina ou necromântica. Trata-se, portanto, de anjos caídos, que Deus, por Sua clemência, salvou da destruição e autorizou a viver na Terra, ou então de divindades que desceram à Terra, vivendo ao mesmo tempo neste mundo e no Outro Mundo, ou então mortos-vivos, almas errantes, com um pé no túmulo e no além e outro sobre a terra e o mundo visível.

Porém, em muitos aspectos, as fadas ou duendes parecem-se muito com os espíritos da natureza e com os génios que, por sua vez, foram o princípio do conceito da hierarquia dos anjos – o anjo está, por sua vez, relacionado com o corpo astral.

Por isso, encontramo-las muitas vezes no pequenos bosques, nas clareiras, próximo das árvores centenárias, das fontes ou dos tanques, no coração das florestas impenetráveis, escondidas entre os altos fetos e matas, ou na bruma, e portanto são donas de um lugar ou sítio concreto e exercem alguns poderes em correspondência com as grandes forças da natureza e os elementos.

No entanto, as fadas, juntamente com elfos, gnomos, duendes e outros moradores dos bosques apresentam outras particularidades, que não encontramos nos génios, nos espíritos da natureza nem nos anjos: têm qualidades humanas, muitas vezes desmedidas ou caricaturais.

Por isso os psicanalistas Bruno Bettelheim, americano, e Marie-Louise von Franz, alemã, viram nas personagens dos contos de fadas características inerentes aos comportamentos humanos inconscientes

Espiritos da naturesa

Costuma-se classificar as forças da natureza em quatro grupos básicos de expressão: terra, água, ar e fogo.
Atuando no nível primário dessas forças no mundo natural, encontramos os seres conhecidos como "elementais". Os que trabalham com a força da terra são chamados de GNOMOS*. Os que operam com a força da água são denominados ONDINAS. Os SILFOS trabalham com o ar e as SALAMANDRAS são a expressão do fogo. Existem freqüentes equívocos e confusões entre "elementais" e os "espíritos da natureza" cujos representantes mais conhecidos são as FADAS, ELFOS E DUENDES.
Os elementais são as células construtoras da criação e estão tão próximos da fonte essencial de energia e consciência, que não manifestam personalidades individualizadas, como os espíritos da natureza.

As fadas, elfos e duendes possuem inúmeras formas e tamanhos, e essa variação vai muito além da tentativa de muitos em querer catalogá-los. Podemos perceber essa diversidade, observando os contos da maioria das culturas do planeta. Muitas vezes a necessidade humana em querer catalogá-los, inibe a pureza de sentí-los.

Todos eles são seres quadrimensionais, ou seja, vivem na Quarta Dimensão. Nada lhes impede o movimento e deslocam-se através da matéria tão facilmente quanto nós através do ar.
Diferente dos GNOMOS* que existem apenas em algumas regiões do planeta, os duendes, fadas e elfos existem em todos os lugares, pois são a expressão dos reinos mineral, vegetal e animal.

Com certeza não faltarão aqueles que torcerão o nariz e dirão tratar-se de "mera ficção". Que são delírios da imaginacão. Que não existem dados científicos a respeito. Que tal busca é insensata e até que é obra do demo.
O ser humano é propenso à presunção. Adoramos acreditar que somos a mais elevada, e mesmo a única, expressão inteligente de vida. Mas num universo tão vasto como o que habitamos, tal atitude denota, no mínimo, grande arrogância.
Da mesma forma que existem inúmeras forças no universo que não sabemos explicar perfeitamente, há também diversos seres vivos e dimensões de vida que sequer conseguimos detectar a presença ou reconhecê-los.
Cada um de nós tem em seu interior uma partícula de energia que podemos chamar de essência, ela é um sistema energético muitidimensional capaz de perceber e responder aos estímulos do universo em múltiplos níveis - desde o físico a diversos outros que o transcendem. Infelizmente, muitos se deixam aprisionar pela rotina de um padrão de vida seguro e automatizado, o que deixa pouquíssimo espaço disponível para experiências que transcendem o lugar-comum.

Acreditamos estar muito distantes desses seres, mas estamos mais próximos do que imaginamos. Porisso selecionamos algumas perguntas, que tenho certeza que você responderá "sim" a pelo menos uma delas, o que demonstrará que provavelmente você já teve um pequeno contato "mágico" com eles:
» Já viu um repentino clarão de luz ou movimento rápido e inexplicável no cantinho do olho?
» Já notou um piscar de luz ao redor de sua casa ou de plantas e flores?
» Em meio à natureza, já teve a sensação de que a mata o observava?
» Alguma vez lhe aconteceu de caminhar pela rua e sentir uma fragrância de flores ou árvores? Muitas vezes, mesmo acompanhados, somos os únicos a sentir o aroma.
»Já teve um filho ou viu alguma criança brincando com companheiros imaginários ou falando sozinha, especialmente quando estão ao ar livre?
(Frequentemente eles não são imaginários e sim membros do reino das fadas. Os pais, muitas vezes, ao invés de compreender, inibem esse contato dizendo que isso não passa de imaginação).
» Acredita que conversar com as plantas ajudá-as a crescer?
» Ao caminhar pelo campo, já encontrou com uma mulher idosa que desapareceu num piscar de olhos?
» Alguma vez lhe aconteceu de objetos desaparecerem em casa, aparecerem ou mudarem de lugar sem a sua participação?
» Alguma vez, quando em contato com a natureza já viu uma folha de uma árvore ou planta balançando, mesmo sem vento?

Não existe nenhum grande segredo para ter contato com esses seres. Alguns artifícios, locais ou condições facilitam esse contato, mas o principal mesmo é que nós só os veremos quando deixarmos de ignorar a nossa criança interior.



domingo, 27 de abril de 2008

COSTUMES DAS FADAS

Desde tempo imemorial, o homem manteve relações ambivalentes com o Reino das Fadas, já sabemos que é indiscutível que o contato feérico pode ser benéfico, mas a mesma probabilidade existe de ser funesto.

Em todas as partes onde há crença sobre as fadas se é estabelecido sempre uma distinção entre as fadas boas e as fadas más.

A CORTE BENDITA

Esse á o nome dado a hoste das fadas bondosas. Menciona-se em primeiro lugar suas atividades puramente benévolas, tais como a doação de pão e sementes de trigo aos pobres e a ajuda que prestam aos seus preferidos. As fadas se mostram benéficas para todo aquele que lhe prestar um favor.

Uma história contada por Grant Stewart ilustra esse aspecto:

"Uma pobre mulher, deu a uma fada que lhe pediu uma certa quantidade de farinha. A farinha lhe foi devolvida e durante todo a inverno a lata de farinha da mulher nunca esteve vazia".

Entretanto, inclusive a Corte Bendita se vingava de qualquer ataque ou insulto. As pessoas que esvaziavam água suja em suas moradas subterrâneas eram advertidas lealmente, porém se não fizesse caso do aviso, sofriam um castigo, que podia consistir na perda de um ganho ou na destruição de sua casa. Outras ofensas recebiam um castigo adequado, porém os humanos não eram atacados cruelmente, como ocorria com a Corte Maldita.

A CORTE MALDITA

Os membros da Corte Bendita, podem ser terríveis quando ofendidos, porém a Corte Maldita, em nenhuma circunstância são favoráveis a humanidade.

A Corte Maldita compreende a "Sluagh", a hoste dos mortos que não tinham recebido sacramentos e flutuam sobre a terra, arrebatando os mortais indefesos trazendo-lhes muita desgraça. Há autores que os consideram como anjos caídos. Esses espíritos matam cachorros, gatos, ovelhas e vacas com seus infalíveis dardos venenosos.

Também eram atribuídas a essas fadas más outras indisposições humanas como o reumatismo, as cãibras e as contusões, como feitiços das fadas, como castigo por ser agido em seu desagrado.

A paralisia não era vista como uma enfermidade para o homem do campo, mas sim como uma prova de que uma "criança trocada" havia substituído a criança verdadeira. Já Bovet, se atribuía a paralisia a presença invisível de um "Mercado das Hadas". Um viajante noturno viu esse mercado em Blackdown, Somerset, e chegou com seu cavalo para vê-los mais de perto. Quando aproximou-se dele, o mercado desapareceu, porém o cavaleiro sentiu um pressão em todo o corpo, e quando a pressão passou, sentiu um entumecimento, em todo um lado do corpo e ficou paralisado para o resto de sua vida.

A paralisia infantil, a cólera, a tuberculose, deformidades em geral e muitas outras doenças, segundo a crença popular da época, eram produzidas pelos ataques dos elfos. Ao que parece, Shakesapeare aprovava esse crença pois dizia:

"Tu, marcado pelos elfos, porco devastador e deforme..."

Entre outros conhecidos embaraços causados pelos seres fantásticos figura o desaparecimento de objetos no interior de nossas casas.

Existe inclusive um gênero de duende, chamado de Alp-Luachra pelos irlandeses que foi apelidado de "Comensal", que permanece sentado e invisível junto de sua vítima e comparte com ele seus alimentos, nutrindo-se da essência ou quintaessencia do que o homem come, por isso que esse segue magro como uma graça, não obstante seu apetite devorador.

William Hendersom em suas "Notes on Folk-Lore of the Northen Counties of England and the Borders" (1879), também nos conta como o "Kow" adorava perturbar a vida no campo, pois se dizia que imitava constantemente a voz dos apaixonados das moças e assustar os que a noite iam passear.

FADAS SOLITÁRIAS

Por regra geral, as fadas solitárias são seres malignos. Uma exceção é o "Brownie" e suas variantes, embora haja alguns grupos familiares entre os bownies, Meg Moulach com seu filho Borwnie-Clod são bem sinistros.

As fadas solitárias, a maioria das vezes, aparecem vestidas da cor vermelha, enquanto que as que vivem em grupos chegam de verde.

A lista das fadas solitárias inclui o Lepracaun, outro exemplo de espírito separado da humanidade.

A estreita ligação do Mundo das Fadas com as plantas, é explicado através das pragas que as vezes destroem uma colheita inteira. É bem provável que essas devastações sejam castigo de alguma transgressão humana.

MORALIDADE DAS FADAS

A atitude das fadas em relação aos humanos têm uma inclinação extremamente moralista. Contam que, no que a elas se refere, ditam elevadas normas de ordem para os lares humanos a serem visitados, enquanto que proíbem a existência dos olhos humanos quando o fazem. Elas castigam todo e qualquer intento de espiá-las ou qualquer tipo de violação de sua intimidade.

As fadas gostam de seres humanos alegres e generosos e sentem especial simpatia pelos apaixonados. A falta de generosidade, rudez e o egoísmo, desagradam muito as fadas populares. Também lhes desagradam os indivíduos sombrios.

As fadas da colina Irlandesa amam com paixão a beleza e o luxo e sentem absoluto deprecio pela avareza e a economia. Em suas "Leyendas antigas de Irlanda", Lady Wilde abomina abomina de mão fechada e pão-duro todo aquele que recolhe até o último grão e arranca até a última fruta da árvore, sem deixar nada para os espíritos que vagam à luz da lua.

Um dos traços mais notáveis das fadas é seu grande interesse pela limpeza e costumes ordenados. Esperam encontrar as chaminés que visitam bem varridas, um bom fogo, água clara e fresca para beber e banhar seus bebês, leite, pão e queijo.

A honradez e o cumprimento das promessas, são sempre motivo de respeito, assim como a formalidade e a bondade são recompensados com a boa sorte. Chambers nos conta em seu "Ppular Rhymes of Scotland", a história do "O Senhor de Colzean":

"Um dia o Senhor de Colzean Castle se dirigia para sua casa quando lhe acercou um homem com uma pequena vasilha pedindo um pouco de cerveja para sua mãe anciã, que estava enferma. O Senhor chamou seu mordomo e ordenou que enchesse a vasilha até as bordas. O empregado assim fez, porém esvaziou todo um barril e a vasilha encheu até a metade. O mordomo perplexo, mandou perguntar o que devia fazer. O Senhor disse:

-"Prometi encher a vasilha e a encherei, mesmo que para tanto tenha seja necessário toda a cerveja de minha bodega."

Sendo, assim, o mordomo abriu outro barril e só com uma gota a vasilha ficou cheia. O pobre homem agradeceu e desapareceu.

Anos mais tarde, o Senhor foi lutar nos Países Baixos e foi feito prisioneiro. Estava na prisão quando uma porta se abriu e apareceu um ser feérico, que o transportou até seu castelo."

Entretanto, todo aquele que recebe as graças das fadas, não deve falar delas, já que seu protocolo exige segredo. Por mais estranho que pareça, a conduta que se deve seguir para manter as relações amistosas com as "boas vizinhas", não só proíbe que se revele a ajuda ou os dons a outros mortais, senão também toda a expressão de agradecimento.

Um dos contos mais correntes dos tempos isabelinos até hoje é o dos mortais agraciados pelas fadas, que receberam dinheiro dessas, prometendo não revelar sua origem. Uma história dessas está registrada nos arquivos da "School of Ascottish Studies", como "Dinheiro feérico" e conta também Seán O'Súilleabhaín em "Folktales of Ireland". A intimidade das fadas deve ser respeitada inclusive pelos transeuntes. Em Ulster, o povo evita os caminhos feéricos, especialmente nos primeiros dias do trimestre, que são os dias em que fadas costumam mudar-se.

O regozijo, a alegria, a música, a dança e o bom companheirismo são coisas agradáveis para as fadas que podemos chamar de Corte Bendita.

Acredito nas fadas, não porque as tenha visto, mas porque elas são muito necessárias para que o mundo não se perca no pragmatismo e no cotidiano, que lentamente mata nossas fantasias e ilusões. São as fadas que nos fazem descobrir que também temos alma e ela faz parte de uma alma universal e ainda, nos fazem recordar que somos algo mais do que simplesmente máquinas de produzir e consumir.

PIXIES, PISKIES, PISGSIES

Os Pixies são seres feéricos da região Oeste, pertencentes a Somerset, Devon e Cornualles (Inglaterra). O Pixie de Cornualles, também é chamado pelo nome de Pisgie, Piskie ou Pigsey, reside no distrito de Dartmoor. Eles são alegres e travessos, não são considerados muito perigosos, entretanto, suas brincadeiras podem ser muito pesadas e de mau gosto.

Existem tradições divergentes acerca do tamanho, aspecto e origem dos Pixies, porém todas as descrições concordam em que aparecem vestidos de verde, alguns usam um gorro vermelho e tem o costume de fazer com que se percam os viajantes. Também podem ajudar os que consideram prediletos e podem negociar em troca de vestimentas. Geralmente possuem um aspecto mais singelo do que as fadas. As descrições mais recentes sobre os Pixies são de Ruth Tongue em "Country Folklore" (vol. VIII).Segundo ela, os Pixies derrotaram as fadas em uma batalha e as expulsaram para o outro lado do rio Parrett, de modo que todo o lado do território situado a oeste do Parrett é agora Terra dos Pixies.

Os Pixies são fáceis de se reconhecer, possuem pelos vermelhos, orelhas pontiagudas, nariz e rosto compridos. Possuem o costume de roubar os cavalos à noite e cavalgá-los alocadamente descrevendo círculos, chamados "gallitraps", termo que designa os "círculos das fadas". Todo aquele que colocar os pés em um desses círculos pode ficar prisioneiro; si só colocar um pé, pode ver os Pixies, porém poderá escapar.

Entretanto, o que mais gostam de fazer é deixar totalmente perdido todo aquele que se aproximar de seu território. Todo aquele que inadvertidamente e desprevenidamente penetre em suas terras pune resultar "Extraviado pelos Pixies", e só pode salvar-se vestindo o casaco, ou jaqueta do avesso, se não tiver tempo de ter levado consigo uma cruz de madeira ou um pedaço de pão, porém o homem que, por má conduta ou modos grosseiros, se tornou desagradável para os Pixies, não é provável que consiga sair de seu reino.

Ruth Tongue (pp. 115-116), depois de se referir a várias histórias de pessoas de mal caráter abandonadas às margens dos rios, conta uma de desenlace fatal bem merecido, o conto de "O Velho Fazendeiro Mole".

O velho fazendeiro Mole era um bêbedo muito desagradável que vivia em Hangley Cleave. Ele transformava a vida de sua mulher e seus filhos impossível. Nunca voltava do mercado até que estivesse com os bolsos vazios e "bebido todas', saindo tão embebedado que ficava de quatro, cantando, até que acabava dormindo na sarjeta. Se, entretanto, conseguisse chegar neste estado em casa, sempre batia em sua esposa e em seus filhos.

Os Pixies, que também não gostavam dele, decidiram lhe aplicar um castigo merecido.

Uma noite de muita nevoa, o velho fazendeiro estava completamente bêbado. Enquanto se dirigia até sua casa, cavalgando em seu cavalo, ia pensando na surra que iria dar na mulher. De imediato, viu uma luz entre a forte neblina. Pensou que talvez fosse uma vela que teria sido acessa pela esposa e pensou: "Eu vou quebrar-lhe as costelas por ter acendido uma vela assim!."

Ao se aproximar mais, viu um Pixie que carregava uma vela, no meio de um lamaçal, perto de um poço profundo, na escuridão da noite. O homem saiu gritando:

"Arre, seu estúpido, vamos a casa". Mas o cavalo avançou diretamente ao poço, porém ao chegar a borda, cravou no solo suas quatro patas e ali permaneceu imóvel.

O fazendeiro desmontou e se pôs a caminhar até a luz. Porém apenas havia dado alguns passos e a lama o tragou.

Então o cavalo correu para casa. Quando chegou só, com suas patas cheias de barro, compreenderam o que havia ocorrido ao fazendeiro, acenderam todas as velas da casa e se puseram a dançar.

A partir desse momento, a mulher deixou uma vasilha com água fresca para que os Pixies pudessem dar banho em seus bebês e a fazenda prosperou maravilhosamente bem.

Se contam histórias similares acerca dos Piskies de Cornualles, aos que as vezes chamam, como ocorre de vez em quando em Somerset, os "Pigsies". Esses Pigsies eram provavelmente os mesmos que os Piskies, que tinham pequena estatura e montavam vinte ou mais em cada cavalo.

Uma das vários origens que se atribuíam aos Pixies e Piskies em toda a Região do Oeste é que eles eram as almas de crianças não batizadas; outra é que são as almas dos druidas e de pessoas pagãs que morreram antes da vinda de Cristo e que não eram bons para o Céu, porém tampouco maus para o Inferno. Essas idéias concordam com muitas das teorias sobre a "Origem das Fadas", e se vê que, se bem pode-se fazer algumas distinções entre os pixies e as fadas, uns e outras possuem tanto em comum, que pode-se dizer que pertençam a mesma espécie.

EXTRAVIADOS PELOS PIXIES

Uma das características mais comuns das fadas era o hábito de fazer com que as pessoas ficassem perdidas em seus territórios. Essa tradição é mantida por muitos seres feéricos, porém, nos tempos modernos, os Pixies da Região do Oeste, os Piskies de Cornualles são os praticantes mais habituais dessa arte. Em "The Fairies in Tradition and Literature" (pp. 138-139), de K. Briggs, aparecem relatos recolhidos por Ruth Tongue no Instituto Feminino de Nettlecombe. Um deles se inscreve na tradição camponesa corrente:

"Uma vez me extraviei em um bosque próximo a Budleigh Salterton. Não podia encontrar a saída, enquanto estava ali, bem clara. Deu toda a volta três vezes e então veio alguém buscar-me e fiquei pensando como era possível que tivera perdido o caminho. Me disseram que outras pessoas também haviam sido extraviadas pelos pixies naquele lugar."

Esses "extravios" se atribuem na Irlanda a um mágico penacho de erva de relva enganoso que, ao pisá-lo, provoca um feitiço. Sob sua influência, a saída que anteriormente era perfeitamente visível ao entrar, desaparece de repente e por mais árdua que seja a busca, não é possível encontrá-la. Há outros casos em que o caminhante se encontra bruscamente desviado em uma direção totalmente distinta do caminho que deveria seguir, e por mais que queira retificar o seu curso, não poderá corrigi-lo.

Para evitar de perde-se em território dos Pixies, é necessário conhecer os métodos de Proteção contra as fadas.

PROTEÇÃO CONTRA AS FADAS E PIXIES

As pessoas que caminham só de noite, sobre os lugares freqüentados por fadas ou pixies, possuem muitas maneiras de se proteger. A primeira poderia ser mediante símbolos sagrados, fazendo um sinal da cruz ou levando uma cruz; mediante orações e o canto de hinos; guirlandas de margaridas. Os camponeses tinham como costume colocar coroas de margaridas em seus filhos recém-nascidos, para protegê-los do perigo de serem raptados pelas fadas. Queimando-se espinhos em cima de uma colina das fadas, se libertava as crianças seqüestradas.

O pão e o sal, também eram eficazes, pois ambos são considerados símbolos sagrados, um da vida e o outro da eternidade.

Os sinos são protetores e eram muito usados nos pescoços das ovelhas e dos bois. Os assobios também afastam os malvados pixies. Um homem que estivera "extraviado pelos pixies" e ficara dando voltas sem poder encontrar o caminho para sair do campo, lembrou de colocar ao avesso sua jaqueta. Talvez essa ação de colocar as vestes do avesso, atue como uma troca de identidade, pois os jogadores o faziam para afastar a má sorte. Como simpatia, ainda hoje é usada, quando uma criança recém-nascida troca a noite pelo dia. Acredita-se que à noite, a criança sofra influências desse povo pequeno, perdendo o sono.

Certas plantas e ervas também protegem contra encantamentos. O mais potente é o trevo de quatro folhas, que rompe o encanto feérico. A erva de São João, é dita como muito potente contra o feitiço e o poder das fadas. Assim como a margarida, essa erva é símbolo solar e é muito utilizada em festas pagãs de solstício de Verão, por ser protetora e curativa. Um galho ou uma cruz de sorveira ou freixo são ainda, proteções bem seguras.

Se alguém fosse perseguido por um pixies ou fada má, podia colocar-se à salvo, saltando de um lado a outro de um curso de água corrente, em particular de um que corria em direção sul. As casas e os animais podiam ser protegidos cravando-se uma ferradura (símbolo da lua) de ferro sobre a porta da casa e dos estábulos.

COQUETEL CURATIVO ANTI-ELFOS:

Rala-se mirra no vinho com uma quantidade igual de incenso. Fragmenta-se um pequeno pedaço de ágata e adiciona-se ao vinho. Bebe-se esse coquetel depois de uma noite jejum, ou de três, nove ou doze manhãs.