domingo, 27 de abril de 2008

PIXIES, PISKIES, PISGSIES

Os Pixies são seres feéricos da região Oeste, pertencentes a Somerset, Devon e Cornualles (Inglaterra). O Pixie de Cornualles, também é chamado pelo nome de Pisgie, Piskie ou Pigsey, reside no distrito de Dartmoor. Eles são alegres e travessos, não são considerados muito perigosos, entretanto, suas brincadeiras podem ser muito pesadas e de mau gosto.

Existem tradições divergentes acerca do tamanho, aspecto e origem dos Pixies, porém todas as descrições concordam em que aparecem vestidos de verde, alguns usam um gorro vermelho e tem o costume de fazer com que se percam os viajantes. Também podem ajudar os que consideram prediletos e podem negociar em troca de vestimentas. Geralmente possuem um aspecto mais singelo do que as fadas. As descrições mais recentes sobre os Pixies são de Ruth Tongue em "Country Folklore" (vol. VIII).Segundo ela, os Pixies derrotaram as fadas em uma batalha e as expulsaram para o outro lado do rio Parrett, de modo que todo o lado do território situado a oeste do Parrett é agora Terra dos Pixies.

Os Pixies são fáceis de se reconhecer, possuem pelos vermelhos, orelhas pontiagudas, nariz e rosto compridos. Possuem o costume de roubar os cavalos à noite e cavalgá-los alocadamente descrevendo círculos, chamados "gallitraps", termo que designa os "círculos das fadas". Todo aquele que colocar os pés em um desses círculos pode ficar prisioneiro; si só colocar um pé, pode ver os Pixies, porém poderá escapar.

Entretanto, o que mais gostam de fazer é deixar totalmente perdido todo aquele que se aproximar de seu território. Todo aquele que inadvertidamente e desprevenidamente penetre em suas terras pune resultar "Extraviado pelos Pixies", e só pode salvar-se vestindo o casaco, ou jaqueta do avesso, se não tiver tempo de ter levado consigo uma cruz de madeira ou um pedaço de pão, porém o homem que, por má conduta ou modos grosseiros, se tornou desagradável para os Pixies, não é provável que consiga sair de seu reino.

Ruth Tongue (pp. 115-116), depois de se referir a várias histórias de pessoas de mal caráter abandonadas às margens dos rios, conta uma de desenlace fatal bem merecido, o conto de "O Velho Fazendeiro Mole".

O velho fazendeiro Mole era um bêbedo muito desagradável que vivia em Hangley Cleave. Ele transformava a vida de sua mulher e seus filhos impossível. Nunca voltava do mercado até que estivesse com os bolsos vazios e "bebido todas', saindo tão embebedado que ficava de quatro, cantando, até que acabava dormindo na sarjeta. Se, entretanto, conseguisse chegar neste estado em casa, sempre batia em sua esposa e em seus filhos.

Os Pixies, que também não gostavam dele, decidiram lhe aplicar um castigo merecido.

Uma noite de muita nevoa, o velho fazendeiro estava completamente bêbado. Enquanto se dirigia até sua casa, cavalgando em seu cavalo, ia pensando na surra que iria dar na mulher. De imediato, viu uma luz entre a forte neblina. Pensou que talvez fosse uma vela que teria sido acessa pela esposa e pensou: "Eu vou quebrar-lhe as costelas por ter acendido uma vela assim!."

Ao se aproximar mais, viu um Pixie que carregava uma vela, no meio de um lamaçal, perto de um poço profundo, na escuridão da noite. O homem saiu gritando:

"Arre, seu estúpido, vamos a casa". Mas o cavalo avançou diretamente ao poço, porém ao chegar a borda, cravou no solo suas quatro patas e ali permaneceu imóvel.

O fazendeiro desmontou e se pôs a caminhar até a luz. Porém apenas havia dado alguns passos e a lama o tragou.

Então o cavalo correu para casa. Quando chegou só, com suas patas cheias de barro, compreenderam o que havia ocorrido ao fazendeiro, acenderam todas as velas da casa e se puseram a dançar.

A partir desse momento, a mulher deixou uma vasilha com água fresca para que os Pixies pudessem dar banho em seus bebês e a fazenda prosperou maravilhosamente bem.

Se contam histórias similares acerca dos Piskies de Cornualles, aos que as vezes chamam, como ocorre de vez em quando em Somerset, os "Pigsies". Esses Pigsies eram provavelmente os mesmos que os Piskies, que tinham pequena estatura e montavam vinte ou mais em cada cavalo.

Uma das vários origens que se atribuíam aos Pixies e Piskies em toda a Região do Oeste é que eles eram as almas de crianças não batizadas; outra é que são as almas dos druidas e de pessoas pagãs que morreram antes da vinda de Cristo e que não eram bons para o Céu, porém tampouco maus para o Inferno. Essas idéias concordam com muitas das teorias sobre a "Origem das Fadas", e se vê que, se bem pode-se fazer algumas distinções entre os pixies e as fadas, uns e outras possuem tanto em comum, que pode-se dizer que pertençam a mesma espécie.

EXTRAVIADOS PELOS PIXIES

Uma das características mais comuns das fadas era o hábito de fazer com que as pessoas ficassem perdidas em seus territórios. Essa tradição é mantida por muitos seres feéricos, porém, nos tempos modernos, os Pixies da Região do Oeste, os Piskies de Cornualles são os praticantes mais habituais dessa arte. Em "The Fairies in Tradition and Literature" (pp. 138-139), de K. Briggs, aparecem relatos recolhidos por Ruth Tongue no Instituto Feminino de Nettlecombe. Um deles se inscreve na tradição camponesa corrente:

"Uma vez me extraviei em um bosque próximo a Budleigh Salterton. Não podia encontrar a saída, enquanto estava ali, bem clara. Deu toda a volta três vezes e então veio alguém buscar-me e fiquei pensando como era possível que tivera perdido o caminho. Me disseram que outras pessoas também haviam sido extraviadas pelos pixies naquele lugar."

Esses "extravios" se atribuem na Irlanda a um mágico penacho de erva de relva enganoso que, ao pisá-lo, provoca um feitiço. Sob sua influência, a saída que anteriormente era perfeitamente visível ao entrar, desaparece de repente e por mais árdua que seja a busca, não é possível encontrá-la. Há outros casos em que o caminhante se encontra bruscamente desviado em uma direção totalmente distinta do caminho que deveria seguir, e por mais que queira retificar o seu curso, não poderá corrigi-lo.

Para evitar de perde-se em território dos Pixies, é necessário conhecer os métodos de Proteção contra as fadas.

PROTEÇÃO CONTRA AS FADAS E PIXIES

As pessoas que caminham só de noite, sobre os lugares freqüentados por fadas ou pixies, possuem muitas maneiras de se proteger. A primeira poderia ser mediante símbolos sagrados, fazendo um sinal da cruz ou levando uma cruz; mediante orações e o canto de hinos; guirlandas de margaridas. Os camponeses tinham como costume colocar coroas de margaridas em seus filhos recém-nascidos, para protegê-los do perigo de serem raptados pelas fadas. Queimando-se espinhos em cima de uma colina das fadas, se libertava as crianças seqüestradas.

O pão e o sal, também eram eficazes, pois ambos são considerados símbolos sagrados, um da vida e o outro da eternidade.

Os sinos são protetores e eram muito usados nos pescoços das ovelhas e dos bois. Os assobios também afastam os malvados pixies. Um homem que estivera "extraviado pelos pixies" e ficara dando voltas sem poder encontrar o caminho para sair do campo, lembrou de colocar ao avesso sua jaqueta. Talvez essa ação de colocar as vestes do avesso, atue como uma troca de identidade, pois os jogadores o faziam para afastar a má sorte. Como simpatia, ainda hoje é usada, quando uma criança recém-nascida troca a noite pelo dia. Acredita-se que à noite, a criança sofra influências desse povo pequeno, perdendo o sono.

Certas plantas e ervas também protegem contra encantamentos. O mais potente é o trevo de quatro folhas, que rompe o encanto feérico. A erva de São João, é dita como muito potente contra o feitiço e o poder das fadas. Assim como a margarida, essa erva é símbolo solar e é muito utilizada em festas pagãs de solstício de Verão, por ser protetora e curativa. Um galho ou uma cruz de sorveira ou freixo são ainda, proteções bem seguras.

Se alguém fosse perseguido por um pixies ou fada má, podia colocar-se à salvo, saltando de um lado a outro de um curso de água corrente, em particular de um que corria em direção sul. As casas e os animais podiam ser protegidos cravando-se uma ferradura (símbolo da lua) de ferro sobre a porta da casa e dos estábulos.

COQUETEL CURATIVO ANTI-ELFOS:

Rala-se mirra no vinho com uma quantidade igual de incenso. Fragmenta-se um pequeno pedaço de ágata e adiciona-se ao vinho. Bebe-se esse coquetel depois de uma noite jejum, ou de três, nove ou doze manhãs.

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